quarta-feira, 30 de março de 2011

Entrevista: DISTANÁSIA


--WE ARE UNDERGROUND-- Traz hoje uma entrevista com a banda DISTANÁSIA, mais necessariamente com o batera da banda, Dênis (Maka). A DISTANÁSIA é uma banda CRUST de Maringá-PR, na ativa desde 2005.



01. Quando surgiu o DISTANÁSIA? Como foi?

Começou comigo (maka) e rustuck, bem despreocupados, apenas criando uns riffs e tocando, daí depois chamamos o CB, que
nunca havia feito vocal em banda e o mano topou na hora, depois chamamos o caverinha, estava formado o DISTANÁSIA

02. A proposta da banda sempre foi fazer um crust mesmo, ou no começo a pegada era outra?

Na verdade a pegada era mais hc 80 no começo, na real era a intenção, hehe, mas logo que gravamos, um dos primeiros comentários
foi "oloco, crust sem a distorção no baixo? ponha distorção ai" hehehe dai abraçamos a causa de vez e nos afundamos ainda mais
no lado negro da coisa!


03. Vocês já passaram por algumas formações, certo? Qual a formação atual da banda?

Temos problemas com baixistas, hehe, o primeiro foi o caverinha, que ficou um bom tempo! depois a Bárbara, que já tocava no desgraceria,
que também ficou uns 2 anos, e foi bem legal, daí passou o Hassegawa, e  atualmente está o Osmar Júnior! Aí fica assim:

Cb - vocal
rustuck - guitarra
Maka - bateria
Junior - baixo


04. Qual o lugar que vocês mais gostaram de tocar?como foi?

Pelo menos pra mim foi em São Bernardo do Campo - SP. Tinha um público legal e interessado pelo crust! Como somos do interior, foi o primeiro contato com a cena crust mesmo e tal,
foi senssacional .
 

05. Bom, vocês já tocaram juntos com bandas de peso do cenário underground nacional e internacional, qual foi o melhor dentre estes shows pra vocês?

Sem dúvidas, com o agathocles e riistetyt, que foi no mesmo gig ainda! simplesmente foda!
06. Já surgiu alguma oportunidade do DISTANÁSIA tocar na gringa?

Concreta não, mas já deram uma intimadinha sim, quem sabe um dia rola, hehehhe, sonho.

07. Quais são os materiais que vocês têm gravados?

Temos nossa demo de 2006 com 7 sons e temos gravados + 3 sons para um split com o Reiketsu.
            
08. E pra 2011, rola material novo?

Espero que sim! kkkkkk 

09. Quais são as influências da banda?

wolfpack/wolfbrigade, anti cimex, ENT, doom, discharge e por aí vai.

10. Pra terminar, deixe um recado espontâneo ae, valew Maka.

aprecie o underground!!!


 
 DISTANÁSIA-----CLIQUE AQUI PARA OUVIR!!!


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Entrevista: Alton - ABERRANT


Iae malocaiada, bom, já que dia 09 de abril vai rolar ABERRANT(USA) aqui em maringá, resolvi postar esta recente entrevista com o vocal da banda.

Fonte da entrevista AQUI.



 1. Vocês acabam de voltar de uma tour japonesa com os caras do Darge e tal, como são as coisas lá? Você sentiu muito com a diferença cultural? Como foram os shows em termos de público, receptividade, etc?

A cena japonesa é matadora! Não diria que houveram grandes diferenças culturais, já que grind é um lance meio que universal. Fora desse contexto, bem, é um mundo completamente diferente do que nós americanos estamos acostumados. As pessoas que conheci no Japão, definitivamente estão entre as mais educadas e polidas que já conheci!

Os shows foram incríveis, ainda mais se tratando de uma banda americana desconhecida, fomos muitíssimo bem-recebidos e a molecada pogava e moshava. Tocamos com bandas como Disgunder (membros do 324), Abigail, Deadly Spawn, Swarrrm, Carcass Grinder, Little Bastards (duas vezes!), Riverge, Fortitude, Eternal Elysium, Coffin Teens (amei essa banda, não é grind nem nada, mas é foda), Ada Max, Easies e o foderoso Unholy Grave. Bush Bash foi foda, Socio Mura America foi surreal pra dizer o mínimo…e Huck Finn com o UG foi demais! INFERNO GRIND EM NAGOYA! Hehe




2. Além da Criminal Attack Records e do D.E.R, você já conhecia algo da cena brasileira?

Sou fã do RDP desde que peguei uma cópia do Anarkophobia na minha adolescência, também tinha uma compilação da Maximum Rock’n’Roll “Welcome To 1984” em vinil que tinha uma canção das mais gloriosas… “Nada” do OLHO SECO!!! South America In Decline também é uma puta compilação, Armagedom é animal e HUTT e TEST são bandas matadoras!

3. O Aberrant completa 10 anos, porém, sem um full-lenght ainda, só participando em splits e compilações. Há planos para um álbum em 2011 ou apenas turnês?

Não não, nada de disco, até mesmo por conta do hiato de 4 anos e meio da banda, por conta de trampo, falta de baterista, etc. Felizmente conhecemos o Gordon e o bicho é uma máquina, uma metralhadora Gatling humana e temos muita sorte de tê-lo conosco.

Pra 2011, já gravamos umas faixas pra um split LP com o D.E.R, como você já deve saber. Também um 7” com o Darge, uma discografia à ser lançada pela Scrotum Jus, chamada “Complete Grindworks” e… SIM! Finalmente um ÁLBUM!!! Temos planos de gravar o “The Torture Sessions” também à sair pela Scrotum Jus Records neste ano ainda, bem como um 7” com o Carcass Grinder.

Também adoraríamos fazer uma turnê pela Costa-Leste dos EUA assim que pudermos…





4. A cena de Death Metal/Grindcore do Colorado tem o Cephalic Carnage como uma das bandas mais representativas, porém não é meu tipo de som. Você recomendaria alguma banda? Como é a cena de lá, atualmente?

Haha! Sempre escuto isso… A cena de Denver sempre foi forte, sempre com trocentas bandas nessa pegada DIY e alguns bares que simpatizam com grind e tal, pena que nem todo mundo consiga certa exposição, saca? É um bom lugar, se puder, dê uma sacada nos vídeos do Wormrot no Blast-O-Mat.



5. O Aberrant toca um death/grind com raízes no oldschool, com produção crua, mas ainda incluindo algo de mais moderno. Como você vê o grindcore atual? Quais as principais influências do Aberrant hoje em dia?

Acho que a cena grind tá muito forte agora, muitas bandas fazendo coisa foda. Em termos de influências… Nasum sempre será um grande nome pro Chris, piramos em Rotten Sound, Wormrot é foda! Amo Haemorrhage e Machetazo, Carcass Grinder. Little Bastards, Unholy Grave, Splatterhouse, Ghoul, curtimos muita coisas das antigas e paradas como His Hero is Gone, Ojo Rojo, Logical Nonsense, Word Salad, Infest, porra, acho que a lista não tem fim, hehe.

6. Eu fiz a mesma pergunta pra Stevie (do Dark Castle) há um tempo atrás e ela não conseguiu responder, então lá vai – Misfits ou Discharge? Iron Maiden ou Judas Priest? Nasum ou Cradle of Filth?

Putz, essa é difícil, bicho. Ok, ok, Discharge é matador, começaram todo um gênero, mas o “Where Eagles Dare” tirou até uma reação da minha mãezinha quando ela sacou a letra ao passar pelo meu quarto, nunca vou esquecer, haha. O Misfits foi uma grande parte da minha formação, eu amava e minha mãe odiava, haha. Então, MISFITS!

  Agora, em termos de Iron Maiden e Judas Priest… EMPATE! Maiden tinha as capas mais fodidas e que me intrigavam quando eu era molecote, tinha pôster pra tudo que é lado e as letras eram ÉPICAS! Agora o Priest tem o KK e o Glenn, Halford como frontman…

No mais, NASUM! NASUM! NASUM!


7. Pra encerrar, mande um recado pra todos os grindeiros brasileiros que tão por aí!

O Aberrant fica honrado de ter sido chamado pra tocar no Brasil! Mal podemos esperar pra chegar aí e quebrar tudo. Queremos conhecer e dar um rolê com todo mundo!


terça-feira, 29 de março de 2011

Entrevista ALLISON GRIND


Trago aqui hoje, uma entrevista que fiz com um grande amigo, criador do festival HOLOCAUST IN YOUR HEAD, que sempre traz bandas nacionais e internacionais fudidas na cena GRIND/CRUST, este festival acontece na cidade de Maringá-PR. Fala ae Allison...
                         DIA 09 DE ABRIL, PRÓX. H.I.Y.H.
  
01.   Iae Allison, faz quanto tempo q você é um colecionador de barulho?


 Ae digo firmeza , primeiramente valeu ae pelo espaço no blog , da hora a iniciativa!!!
Bom o ano exato que comecei a colecionar eu não lembro , haha ... mais acho que seja entre 2000 ou 2001 ... na verdade isso é um vicio desgraçado , que não consigo parar , hahahaha...


0  
    02.   E como começou isso?
   
   Então mano , sempre curti comprar cd´s , curtia uma banda ia lá e comprava o play , pirava num som ia lá e comprava , hehe...mais a pira pela barulheira começou mesmo quando consegui o álbum ‘’Sociopathic Behaviour ‘’ do ROT , cara esse play veio por engano pra mim , e foi uma pira enorme pelo som , muito foda !!! daí começo a desgraça , haha ... esse álbum mudou minha vida (porra que emo isso hehe) , mais é isso ai , a coleção é toda voltada ao Grind/Crust/D-beat/Gore/Splatter/Core/Noise , hehe...  
0  
    03.   Juntando todo seu material, Lp’s, Ep’s, Cd’s, etc; você poderia dar o número de quantas unidades você tem?
     
    Mano números exatos assim eu não tenho , mais posso te dizer que cd´s são mais de mil , juntando demos cd´r e o caraleo a quatro! mais parei agora de comprar cd´s , o negocio agora é vinil e fita k7 essa é a pira , haha... o formato que mais gosto é o 7’’ polegadas , já devo ter passado dos 500 eu acho , porra tenho tudo catalogado mais números exatos não tenho não , haha...
0  

    04.   Agora falando dos eventos que você arma aqui pra cidade de Maringá, você lembra qual foi o primeiro que você fez ou ajudou a fazer? Conta ae como foi.

    Pô o primeiro acho que foi em 2005 , evento que ajudei os manos do Nekroze a organizar , foi com o Industrial Noise e o Deranged Insane se não me engano , sou péssimo pra lembrar as coisas , hahaha...o  segundo também foi em 2005 parceria também com os manos do Nekroze , Dandan e Vitão , rolou o ROT , porra pra mim foi incrível , banda que me influenciou a curtir essa porra toda , hahaha...nesse dia também rolou o SUBCUT , foi fudido o evento , em todos os sentidos , huahuahu ... mais valeu e muito ter feito essa correria toda.
0  
    05.   Qual foi a primeira banda gringa que você trouxe pra Maringá?

    A primeira banda gringa que organizei aqui foi o ISACAARUM da Republica Tcheca , esse foi o primeiro evento com o nome Holocaust In Your Head ... foi da hora esse dia ... foi num domingo com chuva e deu uma galera até massa ... nesse dia também rolou o LIFE IS A LIE banda de sampa que infelizmente não existe mais ... cara foi sinistro esse show , fudidoooo!!!
0  
    06.   Dentre tantos eventos, qual foi o que você mais gostou?

    Cara difícil dizer qual eu gostei mais , todos foram legais ... mais o mais especial pra mim foi o AGATHOCLES e RIISTETYT , porra esse dia o tribo´s ferveu mano ... surgiu cara até do esgoto , haha ... mo sonho realizado , ver e ainda por cima organizar um evento com os pais do Mincecore e uma lenda do Hardcore Finlândes ,  sem palavras!
0  
    07.   E como você vê a cena grindcore nacional? Te agrada?

    Então mano não só a cena Grind mais também a cena Crustcore/D-beat tem me agradado bastante , surgindo varias bandas massa , temos ai Unfit Scum , Kroni , Frustrazione , Defy  ... tem umas par ai ... bandas mais antigas ai continuam fudendo tudo , Facada , D.E.R , Hutt ai denovo na ativa ... porra tem varias bandas na cena atual , só procurarem conhecer o som , comprar os materiais e fazer acontecer a parada!

0  
    08.   Você nunca pensou em ter uma banda?

   Mano nunca liguei muito por ter banda tocar , nunca me interessou ... sou mais de ficar na minha de boa, curtindo meus vinis sussegado do que me preocupar em ter banda , hehehe...acho massa , dou maior apoio pra quem tem banda , mais acho que não é pra mim não , ta bom do jeito que ta só organizando uns eventos ai , de boa!

0  
    09.   Bom, pra finalizar, deixe um recado ae pros putos que estão lendo.

    Recado ai pra galera que curte um barulho e que seja ai da região de Maringá , dia 09/04 Aberrant banda de Grind dos Estados Unidos tocando aqui junto com D.E.R e Hutt duas bandas de Sampa , mais o Subcut  e o Desgraceria ... borá lá curtir a parada , haha ... Em Maio tem outro evento de GoreGrind com 3 bandas de Curitiba , em Agosto tem o Pulmonary Fibrosis da França e em Novembro tem o Lautstamer da Suécia e outras coisas que podem acontecer , hehe ... agenda cheia ai ... é isso faço a parada por que gosto e não quero ganhar nada em troca , sempre fiz os eventos aqui totalmente DO IT YOUR SELF , sempre com o apoio dos meus camaradas , um grande foda-se  pra aqueles que acham que quero algo em troca! Valeu ae Digo!!!



                                             DIA 14 DE MAIO DE 2011








                          ALGUNS CARTAZES DO H.I.Y.H. 













VALEW PELA ATENÇÃO ALLISON.    "DO IT YOURSELF"

Entrevista DESGRACERIA


A entrevista de hoje é com o vocalista e guitarrista da banda de grindcore maringaense DESGRACERIA, o Vitão, um grande amigo, e de suma importância para a cena underground, não só tocando, mas ajudando e organizando eventos locais.



01. Qual foi sua primeira banda? E como foi?

Poxa, foi o punk derm, uma banda de punk rock, foi aonde começou a minha amizade com o dandan, o batera do desgraceria, há 12 anos atraz. Foi muito boa essa época, apesar de não ter muita informação de punk rock na época, mas era de verdade aquilo pra nós.
 

02. E quando o Punk Derm acabou, vocês deram sequência com o Nekroze, certo?

Sim, era eu na guitarra, Bárbara no baixo, dandan na batera e Buiú (the Freaks) no vocal.
A banda não durou muito, pois o Buiú só queria saber de maconha, pinga e um pouquinho de vadiagem. rsrs

03. E com a saída do Buiú, restaram só vocês três, certo? Ae surgiu o DESGRACERIA?

Isso, mas demorou pra eu ir pro vocal. Chamamos o Fernando, um amigo nosso, mas não deu certo, pois ele era mais black metal, depois veio o Vozão do Abuso Verbal, tbm não deu certo...no final acabou eu indo pro vocal, apesar de a Bárbara não querer isso, mas não tinha mais ninguém.

04. Vocês já tocaram com muitas bandas grandes da cena underground. Qual a banda que vocês mais gostaram de tocar juntos?

Agathocles, é claro. Foi memorável.
05. E quais os materiais que o DESGRACERIA tem gravado?

Olha, a gente tem a demo crença cega e um 4 way split com o Expurgo, Archagathus e o violent gorge.
06. Qual a cidade que vocês mais gostaram de tocar?

Cara, foram várias, mas a cidade que a gente ficou mais impressionado foi aqui no Paraná mesmo, cascavel, o povo foi muito foda, tinha gente q foi só pra ver o DESGRACERIA, apesar de a gente nem ser a banda principal, foi foda, e tinha gente.


07. E o próximo material do DESGRACERIA, vocês tem alguma coisa em mente, músicas novas e tal?

Então, a gente ta fazendo música nova agora pra fazer um split com o Sengaya de Santa Catarina.

08. E qual é a sua visão do cenário grindcore nacional?

Meu, é igual pra todos, não tem apoio de nada, é visto por muita gente como pessoas que fazem barulho, e só isso. Você tem que gastar muito, gostar muito e ser fiel, senão você pula fora.
Mas as bandas do Brasil, lá fora, são respeitadas pra "pipi".

09. Vocês já pensaram em fazer tour na gringa?

Cara, toda banda quer fazer isso, mas você tem que ter contatos fortes, se esquematizar com alguém lá e saber inglês, imagina chegar sem isso lá?!
Mas um dia róla!

10. Pra finalizar intão, deixe um recado pros putos que vão ler isto.

Olha, pra quem gosta do song de verdade, um abraço...e pra quem ta ae, só esperando o verão passar, coloca uma dentadura no cu e ri pro caralho o filha da puta.............Abraço Digo.


Clique aqui para escutar DESGRACERIA.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Entrevista com a banda Paulista FLICTS.

Entrevista feita por www.punknet.com.br


>>> Pra começar, queria que vocês contassem um pouco da história do grupo.
Rafael – O Flicts começou em 95. Eu tocava na época no colégio com o meu amigo, o Ferrucio. A gente era socialista, vermelhaço e descendente de italiano. Daí resolveu dar o nome de Rosa Felicitá, que é felicidade vermelha em italiano. Quando entrou meu irmão, ainda tinha esse nome e a gente começou a fazer algumas músicas. Algumas até acabaram no disco novo, como “Autogestão”. Mas a banda não tinha uma cara, um perfil. Daí a gente gravou a primeira demo, “Matando a Pau” e o Ferrucio decidiu sair e entrou o Renato. O Renato era meu amigo de infância e a gente sempre ia na casa dele e acabava lendo o livro do Ziraldo, que chamava Flicts. Isso foi em 97 mais ou menos. E as letras não tinham mais um caráter tão socialista assim, era mais anarquista. Daí a gente resolveu trocar de nome. E tocava só em festa de amigo. Tocamos até no aniversário do Renato. Daí começamos a dar um perfil (pra banda) e as músicas que tinham uma levada melódica a gente abandonou.
Arthur – A gente já jogou um monte de música fora.


>>> E depois dessa mudança de nome vocês gravaram outra demo, certo?
Rafael –Em 98 a gente gravou a segunda demo.Prensamos umas 300 fitinhas e vendemos algumas na galeria.
Arthur – o (jornalista) Antonio Bivar também ouviu e ajudou fazendo propaganda boca-a-boca
Rafael – Mas a gente não sabia que ele tava fazendo propaganda...A maioria (das fitas) a gente acabou dando. Daí tocamos no primeiro Skema 110 no Hangar.
Arthur – Foi com o Underboyz, que na época chamava Querosene, e o Corroídos pelo Sistema, que agora é Fullheart.
Rafael - A gente não ganhou. Quem ganhou foi o Corroídos. Mas o Marco (dono do Hangar) gostou da gente e daí quando teve o show do Cólera no final de 99 ele chamou a gente pra abrir e tocamos com o Blind Pigs e o Mukeka di Rato. Tinham sobrado 100 fitas e a gente fez uma promoção. Os primeiros 100 que entrassem ganhavam uma fita. A gente continuou fazendo show pra caramba, no interior de São Paulo e tudo, mas daí começou a dar problema com os horários do Daniel e ele resolveu sair da banda. Não sabíamos quem convidar e eu lembrei do Caio, que tocava nos Miseráveis, que tava parado. A primeira vez que eu encontrei o Caio foi quando a gente foi distribuir panfleto e tentar vender demo num show do Marky Ramone, na Broadway. Fui distribuir panfleto do Skema...Daí troquei uma demo do Flicts com uma demo dos Miseráveis e eu meio que conhecia ele, porque ele andava com a galera dos Excluídos
Caio – Eu conheci vocês e eles mais ou menos na mesma época
Rafael – Rolou uma amizade muito forte, porque em pouco tempo parecia que a amizade já era de muito tempo. Daí a gente chamou o Caio e era pra ser membro da banda e não quebra-galho....Se quisesse mudar a linha de baixo... é liberdade total. E ele é o melhor baixista que a gente já teve. Tá sempre no rolê com a gente, quando a gente sai ele tá sempre junto... é amigo mesmo. E acho que não tem como colocar um cara que não seja amigo. Banda tem que ter amizade junto.

>>> E cada um sugere o que tiver a fim?
Rafael – Todo mundo aqui tem sua profissão e a gente não é uma banda com a preocupação de estourar, de fazer sucesso. O importante é fazer aquilo que a gente gosta e passar a mensagem que a gente acha importante. Eu até acho legal a gente poder levar a vida financeiramente com outros empregos, porque de certa forma a banda fica mais pura. Não se tem a preocupação de ser sustentado pela banda, então a mensagem pode ser a que a gente quiser, a música pode ser do jeito que a gente quiser e foda-se.
 
>>> Essas bandas geração Hell-Cat, tipo Dropkick Murphy’s, Lars Frederiksen & The Bastards, Distilers…elas influenciam de alguma maneira o som do Flicts?
Rafael - Eu gosto dessas bandas, mas acho que o papel mais importante que elas cumprem é despertar a curiosidade do pessoal. Fazer a molecada correr atrás das bandas mais antigas. A gente ouve muita coisa diferente, mas na hora de tocar o lance é Punk mesmo.
Arthur - Pô, eu gosto muito de Hardcore, tipo Dead Kennedys, DOA, Black Flag, Bad Brains...

>>> E como saem as letras?
Arthur – Meu irmão faz mais as letras... Mas a gente sempre faz as letras em cima de uma melodia
Rafael – Ele vem com um riff de guitarra e aí a gente forma uma linha de vocal, faz um lálálá e aí eu vou fazendo a letra. Vou encaixando as palavras e falo de coisas que são importantes pra gente, como amizade e liberdade...Ou fala do que der na telha

>>> Existe alguma razão especial pra vocês terem feito “Motivo pra Lutar”.
Rafael – A letra é do Arthur, mas, do jeito que eu entendo a letra, acho que ela diz que às vezes, tendo banda e fazendo parte desse tipo de coisa, você vê tanta merda, tanto cara te sabotando que fica cansado e pensa em largar tudo... E a letra vai na contramão disso, que sempre vai existir um motivo pra continuar insistindo... Eu gosto de entender a letra desse jeito.
Arthur – é mais ou menos isso, mas não é referente ao punk... Serve pra tudo...
Rafael – é meio que atitude. A função da música na minha cabeça, não só no punk rock, é de alguma maneira te tocar e te dar ânimo e fôlego de novo.

>>> Você comentou da mudança de socialismo pra anarquismo. O que vocês se consideram hoje?
Rafael – A banda não sei o que é, mas eu sou anarquista
Caio – Eu sou anarquista
Arthur – Sou anarquista também
 
>>> Então vocês são anarquistas!
Rafael – O Flicts não é só anarquista, mas é também. Fala de outros assuntos, mas fala disso também.
Arthur – é uma coisa que eu acredito, sei que todo mundo fala que é utopia, mas as pessoas conseguem viver sem regras. Já vivem mais ou menos sem regras.... Você não precisa de tudo escrito, as pessoas meio que fazem as regras
Rafael – Claro que existe o anarquismo do século 19 e tudo mais, mas, na minha concepção, anarquismo hoje é muito mais a maneira pela qual você convive com as pessoas à sua volta... Isso é tão fundamental quanto você enfrentar autoridade policial, autoridade do Estado, de patrão, etc...
Caio – E é pela maneira como você se relaciona com as pessoas é que se torna capaz de fazer as mudanças e não esperar que alguém lá de cima faça... é a capacidade de conseguir fazer as coisas acontecerem ao seu redor

>>> Vocês apóiam algum partido político?
Rafael – Não, eu voto nulo desde 96
Arthur – Eu voto nulo desde que eu voto.

>>> Relacionar Punk e Anarquia é mais comum no Brasil do q no exterior?
Rafael - O Punk não precisa ser necessariamente anarquista. Entretanto, como no Brasil você tem muita pobreza, violência do estado contra o cidadão, o caráter anárquico aqui é mais forte e muito maior do que na Europa ou nos EUA. é natural até. O problema é que a repetição de chavões virou uma constante dentre os punks daqui. Pouca gente sabe realmente o que é anarquismo. Pouca gente leu alguma coisa de fato, apenas repete o que ouviu. Eu não acho que um anarquista precise ser especialista, mas precisa conhecer pelo menos a base do assunto. O Flicts fala sobre bastante anarquismo, mas fala sobre outras cosias também.

>>> Vocês se preocupam em como as pessoas vão entender as letras de vocês?
Rafael - Cada um se expressa do seu jeito, mas muitas vezes eles não interpretam do jeito que a gente queria que interpretassem. Acho que a pessoa tem que estar sempre reavaliando aquilo que pensa e suas ações o tempo inteiro, porque se não vira fundamentalismo.... E o punk, que é um movimento libertário, às vezes acaba sendo um movimento fechado porque os próprios punks não conseguem colocar a sua crença em questão. Não conseguem ter um debate sincero.
Se eu fizer uma música e alguém for lá e destruir um McDonalds, eu não sou responsável por isso. Cada um é responsável pelos seus próprios atos. Acho que a nossa função é colocar questões, é dar mais perguntas do que respostas.

>>> Ainda falando de letra, como surgiu a idéia de colocar a introdução da música “Lá se Vai o Campeonato”?
Arthur – A gente primeiro fez a música, depois alguém (o Rafael lembra que foi o Flávio) tinha aquilo gravado e a música tem tudo a ver, eu já tinha escutado e é igualzinho à história da música, não sei se é mentira…
Caio – Não, não é mentira. Na época, sei lá quando foi, esse negócio ficou superfamoso, o cara foi até no Raul Gil
Rafael – Quando a gente fez a música, ninguém pensou nesse jogo do Pato Branco, mas quando a música ficou pronta a gente falou ‘puta, casa direitinho vamô colocá’.

>>> é todo mundo são paulino na banda?
Rafael – O Arthur é palmeirense
Arthur – Futebol faz parte da nossa vida, eu gosto de assistir, de torcer, mas não dessa coisa doentia... de se matar por causa de time
Rafael – O punk brasileiro quase nunca fala de futebol e quando fala é de uma maneira pejorativa
Arthur – é, que um dos males do brasil é o futebol que é uma máquina de ilusão...
Rafael – Futebol é um esporte, o problema é as pessoas não o futebol

>>> Como é ser referência pra bandas mais novas?
Rafael – Eu acho muito estranho. Outro dia veio uma molecada com 12 anos a menos do que eu me pedir autógrafo (risos) e eu falei pra cada um eles dar um autógrafo pra mim. Os caras falam ‘ah, você toca no Flicts’. E daí? Sei lá, monta a sua banda, estrutura, procura fugir do que já tem - - se for pra fazer o que todo mundo tá fazendo é melhor não fazer, porque sempre vai ter alguém pra fazer melhor do que você. Então, contribua pro crescimento da cena e do movimento do qual você faz parte. E não tem que ficar pedindo autógrafo pra mim. Ao mesmo tempo que é legal ter bandas que usem a gente como influência, dá medo. As pessoas acabam vendo a gente de um jeito que a gente não e dando a gente um status que a gente não tem.
 
>>> Mas e as bandas alemãs que gravaram vocês (Rasta Knast e Gee Strings)?
Rafael – é um lance de amizade, de banda pra banda. Como o Rasta Knast, os caras vieram pra cá, a gente acabou ficando amigo deles e rolou uma empatia... é coisa de amigo mesmo. é diferente de um moleque que nunca me viu na vida me pedir um autógrafo.
Arthur – Eu também acho estranho. é que as pessoas acabam tendo uma expectativa em relação a você e aí a banda pode seguir um caminho que não agrada muito.. daí começa todo mundo a apontar o dedo, chamar de traidor, essas coisas...

>>> Tem muita gente que considera vocês uma banda de Street Punk. O que é isso afinal?
Alemão - A gente nunca falou que é Street Punk. Algumas pessoas é que identificam a gente com isso. Pra mim Cock Sparrer é Punk Rock. Nós somos uma banda Punk.
Rafael - Eu comecei a conhecer melhor Cock Sparrer, Angelic Upstarts, Sham 69, Cockney Rejects em 1997. Antes eu tinha essa bandas como banda de careca e tal. E careca é uma coisa que absolutamente direitista. Eu nunca tive o menor interesse e por isso. Mas eu fui atrás da história do lance. Ai você descobre que o careca brasileiro e o skinhead europeu tem muitas diferenças. Melhor. São absolutamente diferentes. Lá existem grupos de skinhead de esquerda...skinhead gay...um monte de coisa que nunca existiu por aqui.

>>> Qual a diferença entre Oi! e Street Punk?
Rafael - Em tese, não há diferença. Oi! é um estilo musical. Mas, ideologicamente, aqui no Brasil, você não tem uma platéia de skinheads de esquerda, de skins tradicionais, e aí dá uma confusão danada. Com isso, o Street Punk acaba ficando queimado, porque Oi! não tem a ver com direita, fascismo e tal. A gente sempre reforça em toda entrevista em todo show: somos uma banda Punk.
Não nos preocupamos com o que neguinho vai achar do nosso som. Foda-se! Tá ligado? Se neguinho ouvir o que a gente tá falando nas letras e curtir o nosso som já está bom demais...

>>> Vocês não acham que na Europa seria mais tranquilo pra uma banda como o Flicts?
Rafael - Talvez. Mas aqui rola uma coisa que é meio diferente da Europa. No Brasil se exige uma postura da banda, não tem essa de “for fun”. Aliás, eu odeio esse lance de “for fun”. O Flicts tem um posicionamento político. Na Europa eu vi muita banda que não defende postura nenhuma, não tem responsabilidade sobre nada. Vi muita gente que vive só de seguro desemprego. Na minha cabeça isso não entra nem fudendo. No geral, me irrita ver banda que se diz Punk, mas não se posiciona quanto a nada.
Alemão - O Demente (Juventude Maldita) sempre fala. “é foda. Tem punk que se fode. Toma borrachada. é rejeitado por todos. Depois, vem uns malucos faturar em cima da batalha dos caras e dizer que é punk na hora de vender CD...de aparecer na MTV...”

>>> Inclusive, vocês vão pra Europa este ano, certo? O disco vai sair lá?
Rafael – O disco vai. A gente tá acabando a arte. A arte que vai sair na Alemanha é praticamente a mesma, mas as letras vão ter tradução pro inglês. Vai sair pela Rebel Records, de um cara que eu conheci na Alemanha, e a idéia é, se tudo der certo, fazer uma turnê em julho, mas se não rolar em julho em 2004 rola.

>>> E explica o lance com o St Pauli.
Rafael – A música “You will never walk alone” (que o Flicts toca em todos os shows e que estava no split com os Excluídos) é cantada por várias torcidas da Europa e dos times que cantam o St Pauli é o mais legal, porque St Pauli é um bairro de Hamburgo (Alemanha) onde convivem artistas, prostitutas, punks e junta toda uma galera um estilo de vida mais libertário. O time é da segunda divisão e uma porcaria, mas a galera do St Pauli é muito legal e a torcida é uma torcida libertária... E como a gente se identifica com essa proposta, a gente se identifica com o público do St Pauli. E a música vira meio que hino.
A letra é muito legal. Diz: continua com fé no coração e você nunca vai estar sozinho. Vai levando que as coisas rolam... é mais ou menos por aí.

>>> Bem agora eu queria que vocês me dissessem o seguinte:
- qual é a melhor cerveja?
- Rafael – Brasileira é a Serra Malte
- Arthur – Gosto da Original e Guinness é muito boa
- qual é a melhor carne pra churrasco?
- Rafael – Picanha
- Caio – Não pode ter só uma coisa no churrasco
- qual é o melhor futebol?
- Todos - O brasileiro.
- qual é a melhor mulher?
- Rafael – A que você tiver na hora (risos). Não dá pra comparar, as bucetas são boas de maneiras diferentes... Não sou um especialista
- Caio – Tem que estar limpinha
- Rafael – Ou não... Eu tenho mais experiência com cerveja do que com mulher.

Links relacionados:
Site oficial: www.bandaflicts.cjb.net
E-mail da banda: flicts77@hotmail.com

FONTE:  http://www.punknet.com.br/entrevistas/mostra_entrevistas.php?id_entrevistas=62

ENTREVISTA COM RODDY MORENO, VOCALISTA DA BANDA THE OPPRESSED.


'Se você não é homem suficente para se levantar e defender suas raízes, talvez está na hora de deixar seu cabelo crescer e pendurar seus boots. Skinhead Times Forever!''


1 – Qual foi a motivação para tocar com The Oppressed?

Roddy: Primeiro foi por diversão, pois na época em Cardiff em festas para nosso público, pois não havia nada de política e nada de Nazis em nosso terrritório.

2- O que fez Oppressed na cena Skinhead no mundo inteiro? Qual o efeito?

Roddy: Primeiro era mostrar que deveriam combater o fascismo. Que derrotar o fascismo era algo bom. Os fascistas são um insulto para o Skinhead, derrota-los era o caminho do Skinhead.

3 – Porque tocar Oi! ?

Roddy: Nós somos Skinheads e o Oi! É perfeito para os outros. Musicalmente fácil de interpretar e é música para a classe trabalhadora. ‘’FODA-SE o disco, rap e música pop’’. Oi! É sobre a nossa vida.

Oi! = A WORKING CLASS PROTEST,NOTHING MORE,NOTHING LESS. (Protesto da classe trabalhadora, nada mais, nada meno).

4 – Inicialmente, quais as influências?

Roddy: Sham 69, Cockney Rejects, música para Bootboys de verdade.

5 – Qual música que caracteriza a banda?

Roddy: Temos Work Together. É nossa primeira canção sobre a união racial. Posso dizer também The A-F-A Song(A canção de Ação Antifascista). Outras como Joe Hawkins, Ultraviolence são músicas bacanas, agora, músicas como Fuck Fascism(foda o fascismo), e Sleeping With The Enemy( Dormindo com o inimigo), são canções que representam o que pensamos.

6 – O que pensa sobre dizer sobre, Skinhead politicamente incorreto?

Roddy: Skinhead é uma coisa diferente para gente diferente. Penso que é seguir fielmente o espírito de 69. As políticas são uma merda, é assim que os fascistas querem que pensamos, para trazer políticas racistas ao nosso movimento.

7 – O que mudou no Oppressed musicalmente durante estes anos?

Roddy: Seguimos sendo uma banda Oi! Básica, sabemos agora usar um estúdio. Agora temos Floyd na guitarra solo para dar um pouco mais de força ao nosso som.(Escute The A-F-A song).

8 – O que pensa sobre a nova cena Oi! E Skinhead pelo mundo?

Roddy: A cena mundial vai bem. Muitos Skinheads contra o racismo e os Boneheads estão morrendo. Mas temos que seguir lutando para manter fora esse lixo.

9 – Tens escutado novas bandas Oi!? Se sim, quais?

Roddy: Eu gosto de United Front(Escócia) e Runnin’Riot(Irlanda), mas realmente eu escuto Reggae e Soul dos anos 60.

10 – O que tem feito o Oppressed nos últimos anos?

Roddy: Nos últimos anos, não fizemos nada, mas agora estamos de volta para mais gigs e talvez gravar algo novo.

11 – O que pretendem para o futuro? Planjeam gravar algo novo?

Roddy: Agora estamos trabalhando e criando nossas famílias, mas continuaremos para fazer algo para nossos garotos.

12 – Algum dia irão vir a América Latina? O que pensam da cena colombiana e latina americana? Há algo que queiram dizer aos skins, punks e rudes da América Latina?

Roddy: Nos encantaria tocar na Colômbia, mas é um longo caminho desde Cardiff. Para os amigos da América do Sul, Stay SHARP and FUCK FASCISM! (Seja SHARP e foda o fascismo).

13 - O que podem falar sobre a canção Skinhead Times? Qual foi a influência?

Roddy: É sobre idiotas que estão com medo de assumir uma posição. Há muitos que se chamam de Skinheads e temem os fascistas e nada fazem. Nós dizemos, VÃO SE FODER SEUS COVARDES. Lutem como os outros ou vão para o inferno.

14 – Por último, algo que queira dizer?

Roddy: Finalmente digo, FODA O FASCISMO ANTES QUE ELE FODA VOCÊ. Não ignore as ameaças fascistas, esmague todas as formas como puder. Sendo orgulhoso, sendo forte e SER SHARP.

Skinheads Against Racial Prjudice(Skinheads contra o racismo) ... Tão simples como isso.

Retirado do Site www.theoppressed.co.uk